Uma nova série de assalto - para quem não está familiarizado com o termo, é um género de narrativa de ação centrada na história de um grande assalto, um assalto excecional - inspirada numa história verídica, está disponível na Netflix a partir de 8 de novembro. Chama-se “Assalto ao Banco Central” e é um título espanhol de cinco episódios que faz lembrar a lendária série espanhola “La casa de papel”, com a qual partilha não só o género e a estrutura da história, mas também o seu protagonista, Miguel Herrán que, na história concebida por Álex Pina, faz de Rio.

Do que se trata a série

Estamos em Barcelona e estamos a 23 de maio de 1981. Exatamente três meses após a tentativa de golpe no Congresso dos Deputados, onze homens encapuzados entram na sede do Banco Central de Barcelona. O que começa por ser um assalto espetacular torna-se rapidamente um sério obstáculo à recém-criada democracia espanhola. Os raptores mantêm mais de duzentas pessoas reféns no banco e ameaçam matá-las se o governo não libertar o Coronel Tejero e três outros responsáveis pelo 23-F.

A série clássica de assaltos que já vimos milhares de vezes

Se há coisa que os espanhóis fazem bem são séries de televisão, mas quando se apoiam num sucesso dado como adquirido, o resultado é dececionante. E é exatamente isso que acontece com Assalto ao Banco Central. A nova série da Netflix, dirigida por Daniel Calparsoro, segue um modelo clássico e exagerado da história de assalto do século que, por mais que funcione objetivamente, já não consegue impressionar, envolver e, sobretudo, chegar ao coração do público.

Uma boa realização, o elenco certo e uma cinematografia que nos transporta para os anos 80 apenas com o jogo de luzes não são suficientes para criar uma série que consiga dar aquele salto de qualidade que agora se espera do pequeno ecrã. E embora os episódios desta série fluam com fluidez e o produto final não seja de deitar fora, a história de Assalto ao Banco Central não consegue destacar-se por ser demasiado semelhante à de mil outras séries de heist que já vimos e revimos nas várias plataformas de streaming. Assim, o público perde rapidamente o interesse.

Infelizmente, conseguir destacar-se num mundo onde as produções de séries e filmes produzem produtos diariamente é difícil, e isso é inegável, mas para te destacares, seja no cinema ou na televisão, precisas agora de originalidade no enredo, na realização, na escrita. E tudo isso, em Assalto ao Banco Central, não existe. 

Avaliação: 6