À sua saída da prisão, Kris Chaney tem apenas um objetivo: reencontrar a sua filha Elisa… e ajustar contas com Vicente, o homem que o traiu quinze anos antes. Inicialmente apresentado como um sequestrador impiedoso, Kris vai revelando aos poucos a sua história: antigo cúmplice em assaltos, afirma ser o pai biológico de Elisa, nascida do seu amor por Leonor - uma mulher que, segundo ele, foi assassinada por Vicente.

Mas a jovem recusa-se a acreditar. Para ela, Vicente é o homem que a criou, amou e protegeu. A verdade, porém, é muito mais obscura.

Corvo, o homem do braço de aço: um monstro sem bandeira

Quando o nome de El Corvo é mencionado, tudo muda. Assassino psicopata outrora contratado por Vicente para encobrir o homicídio de Leonor, torna-se incontrolável, armado com uma prótese metálica que usa como lâmina. O seu objetivo não é o dinheiro, mas sim a vingança. E a sua vítima final é Vicente… utilizando Elisa como moeda de troca.

Presa a uma corrente ligada a uma trituradora, Elisa tem como única esperança assistir à confissão do seu pai adotivo. Vicente cede, confessando o assassinato de Leonor num último gesto de humanidade despedaçada. Mas Kris, ferido e suspenso por uma corda, encontra forças para atacar Corvo uma última vez. O duelo final termina com uma queda mortal. Vicente e Corvo desaparecem no vazio. Apenas Kris sobrevive.

Kris e Elisa, um laço finalmente assumido

Elisa, agora órfã das duas figuras paternas, toma uma decisão: aceita Kris como seu verdadeiro pai. Juntos, prestam homenagem junto ao túmulo de Leonor. Num gesto simples mas carregado de significado, Elisa chama-lhe “papá” pela primeira vez. Mas a tranquilidade dura pouco.

Uma continuação a caminho? O que esconde o final em aberto de Diablo

Última cena: o corpo de Corvo desapareceu. Vicente está, de facto, morto, mas nada indica que Corvo tenha morrido. Tudo leva a crer que o assassino ainda está vivo. Segundo as últimas palavras de Kris, ele planeia levar Elisa para casa da tia Carolina, nos Estados Unidos.

Se Corvo está vivo - e tudo indica que sim - uma possível continuação poderá levar-nos para lá do Atlântico, onde o ciclo de violência poderá ainda não ter terminado. Kris, enfraquecido mas vivo, terá provavelmente de enfrentar novamente o seu pior pesadelo… para proteger a única família que lhe resta.

Uma mitologia em gestação

Diablo não procura revolucionar o género. Mas com personagens despedaçados, cenas de combate intensas e tensão constante, o filme de Ernesto Díaz Espinoza consegue cativar. O enredo é simples, mas é a realização crua, a intensidade dos actores e o mistério em torno de Corvo que conferem ao filme uma densidade inesperada.

Sob o prisma da ação, Diablo aborda também a memória, a paternidade, a vingança e o lado sombrio que cada um tenta esconder… ou aceitar.