
A História de uma Serva 6: Timohty Simons junta-se ao elenco, todas as antevisões e quando estreia
17-09-2024, 19:04
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Iniciar sessãoUma encenação impressionante que enche os olhos, mas acima de tudo uma história que vai diretamente ao coração, graças a dois protagonistas diferentes mas não esquecíveis. Wicked, que chega às salas de cinema portuguesas na quinta-feira, 5 de dezembro, é um musical espetacular que conta uma história passada no mundo de Oz muito antes da chegada de Dorothy.
Um filme que sabe como emocionar com uma história que tem como protagonista Elphaba, a futura Bruxa do Oeste: é uma rapariga que nasceu com uma particularidade que lhe complica a vida desde o início, interpretada por uma incrível Chintya Erivo. O oposto da sortuda, boa e perfeita Galeenda, futura bruxa do norte, que tem o rosto e a voz de Ariana Grande. Michelle Oh interpreta a sua professora, Madame Morrible, Jeff Goldbum é o hesitante Feiticeiro de Oz, enquanto Jonathan Bailey é o arrojado Príncipe Fyiero.
No reino de Oz, a loira, insípida e luminosa Bruxa do Norte anuncia ao povo que a Bruxa Má do Oeste foi derrotada para sempre e que o reino está finalmente livre da tirania daquela terrível bruxa. O povo entra em festa, mas antes que a Bruxa do Norte o deixe entregue às suas festividades, uma voz inocente, a de uma menina, faz-lhe uma pergunta impertinente: “É verdade que a Bruxa do Norte e a Bruxa do Oeste já foram amigas?”.
Assim começa o longo flashback em que é contada a infância difícil de Elphaba, a futura Bruxa do Oeste, que nasceu diferente de todos os outros, tanto por ser de pele verde como por possuir um talento que, durante muito tempo, permaneceu mais um infortúnio do que um poder. O público acompanha a menina à medida que cresce numa família que não a aceita, com um pai que a considera culpada de todas as desgraças que se abateram sobre a casa desde o seu nascimento, e sempre a braços com o bullying dos colegas e com os problemas causados pelo seu estranho talento.
Quando Epheba acompanha a irmã mais nova ao seu primeiro dia de escola, por uma série de circunstâncias, a rapariga vê-se também, imprevisivelmente, a conseguir um lugar na prestigiada instituição, onde o destino a coloca numa sala com Gleenda: loira, popular, privilegiada, superficial. Praticamente o seu oposto, ou a sua némesis, com quem nasce imediatamente um ódio mútuo, mas que depois, inesperadamente, se transforma noutra coisa. As duas raparigas vão acabar por partilhar um laço especial, uma amizade entre opostos, enquanto Elphaba, graças a um professor que se torna o seu mentor, começa a compreender melhor os seus poderes, que lhe valem um convite para ir à Cidade Esmeralda, para ser recebida pelo próprio Feiticeiro de Oz.
Duas horas e meia de grande espetáculo: com cenas e coreografias que enchem os olhos de admiração e aproveitam a amplitude do grande ecrã para levar o público diretamente para o magnífico mundo de Oz. Só este aspeto de Wicked já valeria o preço do bilhete. No entanto, isto ainda não é o melhor que este filme consegue dar ao público, porque a verdadeira magia reside numa história e numa protagonista, perfeitamente escritas, que, graças também ao jogo do duplo com a sua contraparte, conseguem dar que pensar e provocar grandes emoções.
O filme desenrola-se numa primeira parte de grande impacto visual e na qual o tom de comédia tem amplo espaço, confiado sobretudo a G(a)leenda, uma Ariana Grande que, nas suas explosões engraçadas, snobes e ingénuas, faz lembrar um pouco uma Elle Woods de Legalmente Loira, mas ainda mais evanescente e exagerada. A segunda parte do filme, por outro lado, assiste a um crescendo emocional arrebatador em que a figura de Elphaba se eleva com toda a sua complexidade. E neste contexto, a chave de tudo, o plot twist mais importante, que liga a primeira e a segunda parte, é desenvolvido através de uma bela e surpreendente solução narrativa e cénica, para contar a história da inversão da relação entre os dois protagonistas, que muda completamente a sua sorte.
O resultado de todos esses elementos é um filme que garante um grande entretenimento. E isso, apesar de ser uma primeira parte da história a que se seguirá um segundo capítulo, é suficiente por si só. E isso também é um grande mérito, porque o espetador sai da sala, sim, com vontade de continuar a acompanhar os acontecimentos de Elphaba e Gleenda, mas sem a desilusão que por vezes se sente perante certos encerramentos de “capítulo 1”, que deixam o discurso exagerado e demasiado inteligente em suspenso, mandando o público para casa com um amargo de boca. Neste caso, por outro lado, vais para casa plenamente satisfeito, porque Wicked é uma mistura perfeita de escrita, atuações, música, coreografia, tom, situações e personagens que, há que dizê-lo, encantam, enfeitiçam mesmo o público.
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